sábado, 13 de dezembro de 2008

Para o seu aniversário

28 menos

Menos tempo perdido com sofrimento sem causa
Menos sofrimento.
Menos gastrite, artrite, artrose
Apenas arte.
Menos chuva, enchente, vendaval e temporal.
Lugar para brisa leve, garoa fina e sol morno
Praia.
Menos peso e mais água.
Menos despesas.
Menos telefone e mais skype.
Escapa.
Menos distância e espaço para o abraço.
Amasso.
Menos fritura e mais suco de fruta.
Menos mercado e mais feira.
Menos dias à toa, perca de tempo.
Mais contato e menos descaso.
Menos acaso, caso consiga planejar.
Mais sorte no caso de precisar.
Menos atraso, mais prazo.

28 vezes menos problemas.
Mais idéias.
Menos dor de dente, cabeça e garganta.
Menos aspirina, dorflex e gastrol.
Menos pressão.
Mais folga.
Menos cala-a-boca e muito mais conversa.
Menos silêncio.
Música.

28 fios de cabelos a menos,
Ao menos que puxe seu pai.
Fios brancos para combinar com seu novo jeito de andar.
Menos carro e mais paisagem.
Passagem para viajar.

Para o seu aniversário mais de tudo e menos um pouco.
Menos mais-ou-menos e mais decisões tomadas.
Acertadas.
Menos tênis, gravata e celular.
Mais do mesmo e do novo.
Muito mais tudo aquilo que você for capaz de sonhar.

Menos os outros.
Mais você.
E um pouco de mim.

Meus parabéns.
Mais.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Das coisas que passam pela cabeça enquanto passa o feriado

Essa nova sensação ainda me causa estranha dúvida
Um não saber se sim, é assim
Ou se não, ainda não.

Os ponteiros do relógio seguem sua corrida diária e me aliviam a saudade. Passou mais um dia. Passou a dor.
Vontade.

Minha vida dividida me cansa e diverte, me faz feliz e melancólica, prática e irracional.
Ainda não me acostumei com os cálculos, com as ordens, com a falta de mim mesma.
- ainda que melhor só do que em minha péssima companhia -

Me irrito com meus excessos e com a imensa covardia. Tua e minha. Mais minha que tua.
Mas vai bem. Tudo muito bem.

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E ontem, depois de falar com a amiga no telefone, lembrou de uma coisa importante:
Ama muito, ainda que distante.
E soltou o riso contido enquanto tomavam a cerveja da madrugada.

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Mundo de gente grande é uma grande sacanagem.

domingo, 12 de outubro de 2008

Tô lá fora


Na falta de tempo, foi viver lá fora.

Lá fora corre o tempo.
E a gente corre para vivê-lo no presente.

domingo, 5 de outubro de 2008

Abre os olhos pra ver



É tanto tombo que a gente leva, tantas vezes que levantamos, tanto curativo, que quando vemos a ferida cicatrizada já nos alarmamos esperando por outra rasteira.
Meu machucado, aberto há anos, foi feito por mim mesma, sem dó.
Cavei tanto, derramei sangue, abri a carne, vi o osso.
Tudo por nada.
Só porque, em um dos tombos da vida, resolvi me manter no buraco, afinal, de lá de baixo fica mais difícil cair outra vez.
Estava certa quanto ao tombo, mas errada quando pensei que lá no fundo, onde tudo é escuro, úmido e vazio, conseguiria acabar de vez com a dor que me causei.
Não é possível curar-se no breu. Para fechar a ferida é preciso sol, ar fresco e água salgada.
E tudo isso junto, logo no início, só faz a dor piorar.
O sol forte e brilhante vai cegando os olhos, o ar fesco parece tão gelado que fere a pele e a água salgada faz arder, mesmo quando o corte é pequeno.
Mas chega um dia que o fundo do poço cansa, e a gente se arma de óculos escuro para encarar a vida lá fora.
Aos poucos vamos acostumando com a claridade, com o vento que vai ficando fresco e com o sal que se torna imperceptível em meio a tanta água.
E aí chega o dia no qual resolvemos pegar as pedras em nossas mãos e arremessá-las para bem longe do nosso caminho.
Nesse dia a estrada fica clara, mesmo na noite, mesmo sem lua.

Minha estrada clareou dia desses. E eu já não podia recusar a viagem.
Não sei nem pra que lado joguei as pedrinhas que catei no caminho. Não quero mais saber.
Mas sei exatamente pra onde vou.
E vou. Sem óculos.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Constatações do fim de semana







* Automóveis: Em carro de dois, banco de trás é porta-malas.
* Competições: Quem faz amigos leva pra casa o troféu de maior valor.
Quem faz intriga perde a medalha e volta mais vazio do que foi.
* Regime: Final de semana fora de casa abaixa a força de vontade e aumenta o
número na balança.
* Livro: Quando a história é muito boa a gente guarda as páginas do final para devorá-las em um momento especial.
* Frio: Umidade e baixa temperatura arrepiam e deixam os nervos à flor da pele.
* Menina chata: É muito chata.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Quem cala ouve.

Acorda ressentida, magoada, fodida e não sabe ao menos explicar tamanha tristeza.
Pega o telefone, disca, espera:
- Alô, você pode me ajudar?
Pode. Sempre.
A voz do lado de lá resolve tudo o que ela não pode aguentar.
Uma injustiça, seja feita justiça.
Mas o que pode fazer senão sucumbir, deixar, permitir.
De vez enquando ela tentava crescer, ser dona do nariz e fazer tudo com as próprias mãos.
Seria uma boa idéia, assim cortava o mal pela raiz.
Mas nunca funcionou. Falhou uma, duas, três.
Fracassou 100, sem chances de vencer.

Aí no meio do fim ela lembra da voz do telefone.
Telefona e escuta o que ela diz.
Sempre firme, afirma que ela é capaz, que o mundo é ruim com todo o mundo, e que seu dia vai chegar quando ela deixar.
Ela se deixa levar.
A voz não mente. Nunca mentiu.
Chora compulsivamente, tentando parecer normal.
Pensa que a voz percebeu, mas ignora para não falar no assunto.
Assume, calar às vezes faz bem.
Aceita acreditar na poesia, no conto que diz: no final fica tudo bem.

Quando fica bem, preocupa-se com a amiga sem rosto do lado oposto.
Porque tratá-la assim? Despejar sem medida toda a dor da ferida que fez em si?
E as dores da voz? Quem ouve suas lamúrias, seus segredos, suas súplicas, seu medo?
Quem a ouve, enfim?
Discou de novo o mesmo número com as pontas dos dedos:
- Alô.
- Só queria dizer que te amo. E você, o que tem pra dizer?

...

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Bolo de abóbora e amendoim



No Quitutes!

Força ou forca

Talvez ela se odeie mais do que pode suportar
E se inventou feliz demais para sustentar.
Mentiu idade, amizade e o jeito de falar.
Vai ver que ela precisa de tempo pra ver se vai
Não se conhece, desconhece esse lugar
Ou então sabe tanto sobre as entranhas que estranha.
Não é possível desligar
Plugada na parede, desce as costas no cimento gelado
Vai escorregando até sentar no chão e chorar.
Já perdeu a conta das lágrimas
Deixou que corressem soltas, escorrendo até lavar
Tinha esperança que a correnteza levasse com ela o nó
Mas ficou tarde, secou e se viu só. Pó.
O rosto arde.
Não se amarra em nada, ao contário, tenta escapar.
Quer viver longe de si mesma, não quer pensar nem estar.

Implora que corram horas.
E que o tempo venha ajudar.
Tempo perdido.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Como foi com nós dois

Antes de casar a gente já era casado.
Fomos três vezes, é verdade.
Naquela vez em que você meio morou em casa, sem roupas.
Nada na mala. Menos no corpo.

Depois quando viajei pra morar com você.
Na nossa casa.
De roupa e guarda-roupa.

E agora, quando colocamos alianças e juramos o que já jurávamos há muito tempo. Vestindo nossas roupas de festa.

Às vezes parece que os dias não passaram.
E que meu cabelo continua trançado.
É que quando a gente se via no corredor eu tinha vontade de correr.
Primeiro de você.
Depois para você.

Mas a gente foi ficando um grudado no outro.
Um livre do outro.
E de tanta liberdade chegou a hora da saudade.
Para matá-la alugamos um lugar.
Lar.
E eu fugi de mim pra você.

E não é que quando a gente se deixa pra trás
Acaba correndo, ansiosa, para alguém.
E de tão esquecida a gente vê nos olhos do outro um desconhecido.

Quando eu cheguei com as caixas bastou te olhar.
Atrás da bola marrom, bem depois da cortina de cílios, no fundo
Lá estava eu.
Onde eu gosto de estar.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Você tem fome de quê?

Passava da 13:00h quando eles acordaram.
Ela se virou para olhar ele.
Ele retribuiu e viu ela.
Deram o primeiro beijo do dia com os olhos semi-abertos.
Ou semi-fechados.
Ficaram em silêncio com as pernas enroscadas.

Ele: - Tá pensando em quê?
Ela: - No almoço. E você, tá pensando em que?
Ele: - Em te comer.
Ela: - No almoço?!

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Flor de Azeviche

Quando você pinta tinta nessa tela cinza
Quando você passa doce dessa fruta passa
Quando você entra mãe-benta molhar os pedaços
Quando você chega nega fulô boneca de pixe,flor de azeviche

Você me faz parecer menos só,menos sozinho
Você me faz parecer menos pó,menos pozinho

Quando você fala bala no meu velho oeste
Quando você dança lança flecha estilingue
Quando você olha,molha meu olho que não crê
Quando você chega mariposa morna lisa,o sangue enxarca a camisa

Você me faz parecer menos só,menos sozinho
Você me faz parecer menos pó,menos pozinho

Quando você diz o que ninguém diz
Quando você quer o que ninguém quis
Quando você usa a lousa pra que eu possa ser giz
Quando você arde ao arder a sua teia cheia de ardis
Quando você faz da minha carne triste quase feliz

Você me faz parecer menos só,menos sozinho
Você me faz parecer menos pó,menos pozinho

(Disse tudo o Zeca Baleiro)

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Opa!

Tem salgado no Quitutes

Férias das minhas férias.

Ocupada.
Preencheu o tempo e esvaziou a cabeça.
Atarefada.
Esqueceu das unhas, do creme no cabelo, da sobrancelha mal tirada.
Deixou de lado a escrita e na hora vazia se viu sozinha com o livro emprestado.
Por pouco.
Tirou férias das próprias férias e agora trabalha apressada.
Nada de quitutes, nem comidinhas elaboradas.
Macarrão é mais rápido.
E assim corre, dá voltas no parque depois das seis.
Só mais um pouco e logo passa.
Passa a roupa acumulada.
Pra não passar em branco tudo o que fez.
E quando finalmente senta,
Inventa que já é hora de começar outra vez.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Qual é a cor da sua aura?

Magenta

Inovação, extravagância e rebeldia. Indica que você não é conformista e tem dificuldade em aceitar regras. Muitas vezes, vê o trabalho e a família como uma prisão. Precisa criar um estilo de vida que esteja em harmonia com o que acredita, mas que não agrida ou exclua os outros.


Agora ficou fácil pra mim hein!
Personalidade difícil da minha Aura.

Quer fazer o teste?
Tá aqui.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Dias abertos

"...O sol ensolará a estrada dela
A lua alumiará o mar
A vida é bela, o sol, a estrada amarela
E as ondas, as ondas, as ondas, as ondas

Bambeia, cambaleia, é dura na queda
Custa a cair em si
Largou família
Bebeu veneno
E vai morrer de rir
Vagueia, devaneia, já apanhou à beça
Mas para quem sabe olhar
A flor também é
Ferida aberta
E não se vê chorar"


Do meu Chico, não exatamente pra mim, mas serve.

domingo, 24 de agosto de 2008

Dia azul

Quando o vento sopra a favor
Ela veste um sorriso de orelha a orelha.
Passa minutos pensando: é isso mesmo?
E em um segundo passa a dúvida,
Porque nele ela com certeza acredita!
E aposta todas as fichas desse jogo de viver na regra número um, regra que inventaram à dois logo no ponto de partida.
Estão cada vez mais perto de chegar.
Acordam juntos, fazem uma lista de planos, tomam sol na cama.
Quando colocam os pés no chão, a cabeça ainda está nas nuvens
Quase lá, muito próxima do sonho que sonham acordados.
Ele e ela.

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- Quando a gente se mudar vou querer uma bicicleta.
- Duas bicicletas!
- Você também vai querer?
- Claro, vou deixar você pedalando sozinha?
- Pensei que você tivesse vergonha...
- Vergonha de que? De andar de bicicleta?
- Não, vergonha das flores que vou carregar na cestinha.
- Você não vai querer uma Ceci né!?
- Ceci cor-de-rosa.

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Quando amanhece assim, céu azul sem sinais de nuvem
Ela quer roupas coloridas, nada cinza
Um cabelo bagunçado, um chinelo confortável e um barulho de mar
E lá se vai, sentar na areia pra admirar
Deixar o vento que ainda sopra inverno ferir de leve seu rosto rosa.
Sentir-se pequena - muito pequena - grão de areia.
Dia de ser feliz.
Quase boba de tão feliz.

domingo, 17 de agosto de 2008

Ele e ela

Não é acostumada com insônia. Nunca foi.
Dez da noite bate o sono.
Faz força pra manter os olhos abertos até o meio do filme.
No fim dorme.
E acorda pra ir dormir.
Na cama.

Mas algumas vezes não consegue entender, enche a garganta de um nó apertado, que não sai de jeito nenhum.
Ela sabe que é falta dele.
Ou aquela presença calada, muda, imóvel.
Não entende como pode existir alguém que fique confortável no nada.
Não só pela quietude.
Talvez ela goste do silêncio quando tem nas mãos um livro.
Mas aquele vazio, oco - "hei, tem alguém aí?".
Impossível. Ela desconhece esse estado.
É incapaz de viver assim, com os olhos voltados pra parede, secos, sem nada pra dizer, nem afim de ouvir.

E em dias de silêncio dele, o barulho dela agita lá dentro.
E faz doer o peito, estalar os dedos, sala, quarto, cozinha e chocolate.
É com ela?
Sabe que não, mas antes fosse e eles teriam motivo para uma boa discussão.
Mas ele não é disso, não cospe as palavras, ao contrário, revisa tudo antes de falar.
Ele não ousaria inventar um motivo.
Ela pergunta se ele já dormiu.
Ele não responde porque sim.
Como pode dormir sem antes dizer qualquer coisa!
Uma só coisa!

Nesses dias de sono dele ela perde o sono fácil.
E não fica feliz na sala vazia.
Tenta calar por dentro, mas não suporta o silêncio lá fora.

Quando ele fica na dele
Ela se perde dentro dela.

sábado, 16 de agosto de 2008

Para o seu aniversário

Bom humor pela manhã
Paciência para enfrentar os dias de trabalho
Alívio imediato depois das seis
Energia para suar
Disposição para o barzinho
Os melhores amigos - mesmo que não sejam muitos
Uma alma leve, sem rancor, inveja ou ciúmes.

Quero que você encontre felicidade em toda parte
Na música que te enche os ouvidos
Na comida deliciosa
No tempo bom
Na chuva
No céu de lua ou de sol
Dia e noite
Hoje e amanhã
Todos os dias da sua vida.

Quero que você sinta meu abraço
Misturado com aquela energia que vem do mar,
E das bolinhas de sabão,
E do conforto da coberta de onça,
E da saciedade de uma colherada bem farta de beijinho.

Quero que hoje você se veja no espelho
E que não tenha medo de conhecer a mulher que se tornou
Adulta, com traços de criança
Ainda impulsiva, mas muito mais certeira na queda
- É preciso cuidado para não fratuar o peito -
Capaz de prender a atenção
Ou de dar atenção por horas
Uma amiga que não mede distância
Nem tempo pra viver feliz.

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Uma amiga minha.
Uma das incríveis.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Carta

Amiga Querida

Será que a vida é mesmo agora? Que não temos outra chance, outro mundo, outra cara?
Não é que não goste dessa, pelo contrário, sou apaixonada pelo céu azul de inverno, pelo verde da grama do meu quintal de criança, pela música dos passáros na janela ao lado da minha cama de casal, pelo sol fraco das seis da tarde queimando de leve meu rosto rosa.
O que me deixa um pouco frustrada é o que nós duas já sabemos: isso acaba.
E acaba onde?
Não sabemos o dia, e já me conformei, é melhor mesmo não saber a hora.
Mas e quando fercharmos os olhos com força, o que veremos atrás cortina de cílios?
Só o preto, igual vemos quando vamos dormir?
Ou uma paisagem transaparente, flutuante com valsinha tocando ao fundo?
A gente vai ao encontro de Deus? Ou ele é muito ocupado e manda um assistente alado?
Será que o fim é também um começo?
Ou alguém muito esperto inventou essa coisa de vida após a morte só pra nos deixar confortável aqui nesse mundo?
É amiga, você bem que podia me responder, daí de cima - é pra cima que a gente vai, não é? - mandando pistas com as gotas da chuva, com o geladinho do vento, com o calor do sol.
Será que depois de morrer a gente ainda pode olhar os que ficaram, mandar sinais, ler as palavras que eles escrevem na areia, ouvir o recado que mandam nas orações?
Ou vamos voltar, em outro corpo, com outro nome e em outro lugar?
Sabe, eu não queria ser outra. Muito menos ter outro pai e outra mãe. Outros amigos. Outro irmão.
Gosto de ser quem sou, de estar onde estou, de te perguntar daqui como é aí...
Também queria um jeito de aceitar melhor quando as pessoas vão.
Queria que ninguém mais fosse.
Será que a gente se encontra mais uma vez?
Ou quando eu for você já vai ter voltado, caminhado além do que eu posso alcançar?
Seja como for, eu tenho fé no depois.
E sigo daqui, te desejando luz.

É amiga, minha vida é agora.
Até que chegue a hora.

Fica em paz.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Telefone.

L - Alô
M - Sabe quem tá falando?
L - hummm... Mayraaaaaaaaaaa!!!
(gritinhos escandalosos, risadinhas e afins)
M - Tudo bem amiga?
L - Tudo ótimo!
M - Tá sentada? Se não tá, senta!
L - Tô sentada, pode falar.
M - Você tem compromisso na quarta-feira?
L - Eu não!
M - Então você pode ir me buscar no Pórtico que terça-feira tô indo pra aí!
L - Jura!!!? Minhas alma, não acredito.
M - Pode acreditar amiga, não te disse que quando você menos esperasse eu te dava uma boa notícia?

E ela disse mesmo.
Mas eu, pra não correr o risco de esperar em pé e cansar, preferi pensar que talvez ela não viria, não agora.
Mas Mayra é surpreendente.
Nunca me disse que viria e não veio. Nem ficou imaginando dias. Nem planejando viagens. Nada de planos.
Foi assim, de passagem comprada, que ela me avisou da visita.
Rápida.
Na mesma velocidade do dia em que me buscou para o nosso primeiro churrasco juntas.
Que Mayra é a intensidade em pessoa eu já sabia. Todos sabem.
O que me faltava saber era como uma ligação dessa menina, na manhã vazia de terça, tinha força suficiente pra pintar de azul meu céu cinza.

Desde então tô contando os dias.
Esperando com litros de capuccino.
E aquele nosso abraço esmagador.

terça-feira, 29 de julho de 2008

sexta-feira, 25 de julho de 2008

801

Atrás da porta número 801.
Lá ela se escondia.
Ficava longe do mundo, mais longe do que gostaria, tão longe que mal podia aguentar.
Recolhia os pedaços do que foi, os rabiscos que indicavam o que queria ser, e às mágoas por não te feito isto e aquilo.
Guardava na caixa de guardar.
Segurava firme com as duas mãos, mexia tudo, de um lado para o outro, de cima pra baixo, zigzagueando o invisível no espaço.

Ela abraçava os joelhos e enfiava a cabeça no vazio entre o peito a dobra das pernas,
Ficava ali segundos que se pareceriam com horas.
Ou horas que virariam um segundo.
Dependia apenas da fase da lua, da posição dos planetas, ou do dia do mês.
Seu humor estação faz inverno no verão.
Quando foi pra longe deixou pra trás uma coisa estranha,
Um preocupar-se com nada.
E agora vive as horas pensando em tudo.

Quando nasceu a mãe levou os números para o astrólogo.
Seria comunicadora. Talvez jornalismo, letras ou publicidade.
Quem sabe atriz.
Ela seguiu à risca as recomendações da Cabala.
Só não tentou o teatro. Faz de conta não paga conta, ela ouvia.
Interpreta a indecisão enquanto se enrola na cortina.
Pula de um curso pro outro.
Muda o curso da vida quando enjoa de ser estática.
Não gosta do que fez. E ainda não sabe o que vai fazer.

Atrás da porta 801 ela pensa que o homem errou.
Errou feio.
Tem vergonha de se expressar.
Não pode comunicar nada com o rosto tão vermelho assim.
E então escreve na agenda do ano passado linhas e frases desconexas.
Conexão com ela, que ao vivo não vai falar.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Da morte

"Passamos tanto tempo atormentados pela idéia da morte, esmagados pela finitude das coisas, que morremos mil mortes antes de finalmente morrermos.(...) Viver sem o terror da morte é viver uma vida bela, não importa a quantidade de anos." Fabio Hernandez

quarta-feira, 23 de julho de 2008

As mulheres daqui não bebem como as de lá.

Enquanto corria de seus pesadelos, duas voltas na praça das tartarugas
Ouviu a conversa das duas mulheres que andavam em ritmo acelerado

- Foi a coisa mais feia do mundo. Homem bêbado já é feio, mas uma mulher...
- É verdade, e o pior é que ela bebeu mais de um tipo de bebida, misturou tudo.
- A gente não deve beber nas festas. É melhor tomar um suco, deixa o álcool para os homens.

A conversa foi ficando longe, e ela apertou o passo.
Sentiu raiva do machismo feminino.
Lembrou-se do churrasco às 20:30 e do gosto da cerveja gelada que não tomava há semanas.
Correu 5 minutos a mais para compensar os goles extras.
Um brinde às mulheres que bebem sim, obrigada.

Chegou em casa de madrugada e teve ressaca no dia seguinte.
Dor de cabeça de quem vive.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Minha amiga mãe



Trouxe um jardim na mala,
Espalhou pelos cantos da casa as cores e o perfume.
Fez ainda mais feliz os dias da filha e do genro.
Juntas enfeitaram com bandeirinhas a janela
Festa julina foi a farra delas.
Grudadas foram às compras, todos os dias.
Café, conversa, bolo de fubá e cachaçaria.
Cozinharam juntas e tomaram o vinho.
Dormiram o soninho de começo de tarde encolhidas no sofá.

Pela primeira vez a filha cuidou o sono da mãe,
Como a mãe fazia quando ela ainda cabia no berço.
Enrolou os dedos no cabelo fino e gelado,
Fez cafuné enquanto sentia o conforto dos dias de criança.
Choraram pelo programa de TV.
E depois pra dizer tchau.

A vida longe não tem a mesma graça
Falta uma mão, um chão uma conversa sincera.
Fizeram planos pra se reaproximarem.
E já marcaram a volta dela.

É ela a amiga mais bonita. De toda a vida dela.

terça-feira, 15 de julho de 2008

janela do quarto




Caiu um balão aqui na minha mão

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E tem doce. Fino doce.
No Quitutes.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

A menina da Rua XIX

Ela estava em pedaços.
Jogada pelos cantos, trapos, farrapos.
Migalhas de algo que foi embora, sem que ela se despedisse.
Não disse (a)deus.
Sentia-se abandonada por ela mesma. Esquecida.
Sem coragem pra voltar atrás, perdoar, recomeçar.
Sem vontade de andar em frente, conhecer, viver, experimentar.
Tinha um sono constante. E leve.
Bastava um sopro pra que abrisse os olhos na madrugada.
E visse o breu.
O escuro onde se enfiou dia desses. Buraco negro.
Espera por resgate. Um engate que a leve dalí.
Precisa de um braço pra segurar. Ou uma corda pra enforcar.
Mas a verdade é que anda cansada demais pra fechar a mão. Fraca.
Quer ficar só.
De tudo só.
Sem ela.
Não quer mais ver no espelho as olheiras rodeando os pequenos olhos castanhos.
E assim não se vê.
Há tempos não se enxerga.
Escondeu os óculos, os livros e o interruptor.
Não fala mais.
Apenas responde, no automático. Apática.
Nem respira. Suspira.
Suspeita que já apagou.
Quer livrar-se delas.
De todo aquele burburinho dentro do copo de cerveja.
Não tem certeza disso, mas e daí.
Um analgésico, um anseolítico e um copo cheio de álcool.
É sono - Ela pensa enquanto abre a boca.
Não tem certeza disso também, mas e daí.
Ela dá de ombros enquanto desvia do reflexo.
Fica imóvel, na janela do quarto de dormir.
Lambe a lágrima no lábio.
Esperando a insônia passar.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Das perdas no caminho



Voltava do mercado carregada de sacolas: leite condensado, ovos, erva-doce, vinho tinto e Juno.
As crianças acabavam de sair do colégio e estavam amontoadas na calçada.
Ela parou em frente a faixa de pedestre, esperou sinal verde e desceu do meio-fio rumo ao outro lado da rua.
No meio do caminho, entre um passo e outro, a sapatilha do pé direito resolveu voar. Saiu sem nenhum aviso, subiu à altura de sua cabeça e foi parar no lado de lá.
Enquanto o rosto dela ficava vermelho, o menino de uniforme gritou:
- Olha!!! A mulher perdeu o sapato!
E caiu na gargalhada junto com os colegas.
Ela olhou para o chão, enfiou o pé no sapato e seguiu andando, pensando na frase do garoto.
Não perdera só o sapato.

Onde foi que deixou de ser a menina e virou a mulher sujeito da frase?

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Do lado de lá

De repente eu queria sumir daqui.
E aparecer lá.
Virar do avesso.
Ponta cabeça pelo mundo afora.
Sair de dentro de mim.
Ficar pra fora, sem chave.
Encostada na porta da sala de estar.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Classificados

Admite-se amigo.
Ambos os sexos.
Que tenha mais de 18 anos e disposição para a cervejinha de sábado.
Não precisa curso superior, mas é imprescindível que tenha vontade de aprender, e coisas a ensinar.
Exige-se experiência. Em qualquer coisa. Nem que seja uma coisa só.
Deve gostar de música, de prestar atenção nas letras e de ouvir centenas de vezes a mesma faixa.
É preciso saber ouvir. E saber falar também. Falar sobre tudo, mesmo que não conheça profundamente o assunto.
O candidato tem que saber chorar, e não pode ter vergonha quando as lágrimas aparecem. Pode ser por amor, de tristeza, de felicidade.
Tem que ter sensibilidade pra perceber o cheiro da chuva.
Deve saber cuidar de jardim. Cultivar pessoas. Evitar inimizades.
Não pode odiar. Não com todas as forças.
Tem que ser sincero, leal e divertido.
Precisa oferecer amor, sem cobrar por isso. E deve receber sem se obrigar a devolver.
Tem que gostar de pôr os pés no chão, sentir a grama, a areia ou o tapete da sala.
O amigo precisa entender de brigadeiro, de bala de chicletes, chá e café.
Precisa experimentar. Sabores, cores, vento e sentimentos.
Deve dançar. Não importa como, nem o lugar, mas mexer o corpo no ritmo ou fora dele é essencial.
Não pode ter medo do contato, de olhar nos olhos e de abraçar.
É muito importante respeitar.
Tem que acreditar. Em Deus, no destino, em si próprio, em ETs.
Procura-se um amigo pra dividir um riso entalado, um bolo de chocolate, um sofá e um filme sábado a tarde.
Procura-se um amigo pra somar.
Paga-se bem: Piqueniques na praça das tartarugas, cerveja e pastel no barzinho da floresta, tardes de sol na sacada, muita conversa fiada. Amizade gratuita e infinita.
Interessados devem tocar no 801.

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Ela ainda não se acostumou. Nem vai.
E embora tenha amigos espalhados por aí, não quer mais ser sozinha.

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Não quer mais concorrer.
As perguntas não fazem sentido.
Tá difícil.

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Tem quitutes!

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Ná e Ly - novas amigas de blog - me encheram de mimos.
E eu só posso agradecer!

terça-feira, 24 de junho de 2008

3 coisinhas



Coisa 1:
Há algum tempo atrás me inscrevi em várias promoções de revista, cada uma oferecia um prêmio diferente: tênis, mochila, viagem, perfume, jóia, vestido, carteira...
Pra participar destes concursos culturais é preciso apenas se cadastrar no site da editora e fazer uma frase de acordo com o tema da promoção. Eu, naquela de ter esperança, inventei tantas frases que já nem me lembro delas. Sempre fui um desastre pra sorteios, bingos e sena. A única coisa que ganho é jogo de baralho... Mas se valer dinheiro eu saio sempre perdendo.
Mas eis que ontem saiu o primeiro resultado, valendo um vestido que a Aline Moraes usou na capa da revista Manequim (claro, no tamanho de quem ganhasse, e não do tamanho da Aline). E eu, que nunca havia participado de uma coisas dessas ganhei o vestido! Fiquei passada!!! Pode ir lá ver, no site da revista, em concursos culturais, tá meu nome!!! Meu nominho! Fiquei tão feliz! Claro que um vestido não vai mudar a minha vida... Mas eu ganhei! E isso é super legal!!!

Coisa 2:
Aproveitando o clima de sorte, vou me empenhar nos estudos essa semana. Sim, sim, estudar não tem nada a ver com sorte, mas já que o mar tá pra peixe, não custa dar uma forcinha... Presto concurso nesse domingo e no outro também. Dedos cruzados, e só volto depois que passar as provas. É por uma boa causa.

Coisa 3:
Meu amigo Thi, amigo da quinta série B, tem um blog tão legal. E esses dias me acabei de rir com um texto que deixo aqui pra vocês:

Como ser um autor de novelas

É fácil ser um autor de novelas.
Para ser alguém na vida, há que se mirar em vencedores.

Foi pensando nisso que elaborei esse dossiê sensacional e bastante simples com 5 dicas espertas para quem quer se tornar um autor de novelas mirando-se em autores já consagrados.
Aproveite e boa sorte em sua obra!

1. A vida do homem do campo:

Crie personagens que vivem no interior do país e foque as questões agrárias. Como em O Rei do Gado, coloque um acampamento do MST em uma fazenda de cacau da novela Renascer. Depois, faça com que os italianos que trabalham nas plantações, como em Terra Nostra, vão todos para uma região inóspita do Brasil, como o Pantanal.

Autor que você deve se inspirar: Benedyto Rui Barbosa.

2. A vida de algum povo diferente:

Crie personagens que fazem parte de um povo e que fique dançando a toda hora. Como em O Clone, crie uma situação em que um assunto polêmico esteja em voga, como a criação de clones. Depois, faça com que o povo muçulmano, que só dança, envie a notícia do clone através da internet, como fizeram os ciganos em Explode Coração. Nunca se esqueça de que os ciganos também só sabem ficar dançando. Por fim, essa notícia chegará junto com a notícia de que imigrantes ilegais foram presos, como em América. Sempre se lembrando de que os personagens dessa novela também dançam a toda hora.

Autora que você deve se inspirar: Glória Perez.

3. A vida no Rio de Janeiro:

Crie personagens ricos que moram à beira de Copacabana. Coloque também um assunto polêmico e que tenha acabado de passar no Jornal Nacional, confundindo a cabeça do telespectador, que não sabe diferenciar a realidade da ficção. Trate assuntos do cotidiano, como homossexualidade, preconceito racial, celibato, alcoolismo, violência doméstica, trição, câncer, romance entre mulheres mais velhas e jovens rapazes, ciúme, entre outros. Lembre-se que, quanto mais se parecer com um jornal, melhor. Pode ser o texto mais mal escrito do mundo, mesmo assim vai ser a melhor audiência da casa.

Autor que você deve se inspirar: Manoel Carlos.

4. A vida num país calorento:

Crie personagens que não precisam usar camisa a maior parte da novela. Como em Quatro por Quatro, crie um bolo de relacionamentos, cuja história terá uma reviravolta com a chegada de um índio, como em Uga Uga. Lembre-se que todos os protagonistas devem estar com o peito à mostra, assim como em Kubanacan.

Autor que você deve se inspirar: Carlos Lombardi.

5. A vida de seres mitológicos:

Viaje na maionese e escreva uma história sobre vampiros, como Vamp e O Beijo do Vampiro. Vale também usar personagens paranormais, como em Olho no Olho. Melhor ainda se usar personagens celestiais, como em Um Anjo caiu do Céu.

Autor que você deve se inspirar: Antônio Calmon.


Pronto! Aí estão as dicas e seus respectivos autores. Agora, escrever uma novela está mais fácil que a banda Los Hermanos lançar um disco ruim.

A não ser que você queira mudar paradigmas e queira escrever uma novela diferente. Bem, aí o problema é seu... Periga de escrever uma trama rocambolesca como a dos mutantes da Record. Só que, para isso, você precisa ser bastante lelé.


sexta-feira, 20 de junho de 2008

Maria Fernanda chegou!

Oi Maria Fernanda!
Você chegou ontem, toda perfeita, e hoje já estavam todos apoixonados por você.
Sabe, eu ainda não te vi, mas sua avó já disse, toda faceira, que os seus 4kg e 200gr são completamente loiros, uma polaca de olhos azuis!
Quando você ainda estava na barriga da sua mãe, eu me sentava com ela na sacada e nós ficávamos pensando em como você seria, se teria as mãos grandes e fortes,o pé grande, e os olhos gulosos da Carol. Se seria magrela como ela, ou forte como o pai. Se viria morena de cachos perfeitos, ou loirona de finos fios. Mas não importava como te desenhássemos, você ficava sempre linda. Sempre uma flor.
Sua mãe te desejou tanto menina! Você foi muito amada desde o primeiro dia, cada vez que ela ia contar da gravidez pra alguém, estampava no rosto um sorriso e passava de leve a mão na barriga de tábua, acredite, ela chegava a estufar a barriga e dizia feliz que já estava engordando.
Quando eu soube que sua mãe te esperava, e que ainda iria demorar 8 meses e alguns dias pra sua chegada, meus olhos encheram d'água. E hoje foi a mesma coisa, quando minha mãe ligou contando a novidade.
Não vejo a hora de te encontrar! Vou te contar um monte de histórias, primeiro as de ninar, depois aquelas que eu e a sua mãe Carola vivemos. Vou te pegar no colo, cantar uma coisa de criança, te dar uma all star mini, vou ver você dormir, morder seu pé! É vai se preparando, eu sou uma mordedora de pés de criança, daquelas impossíveis, que fazem voz irritante e tudo!
Depois Maria Fernanda, quando você já for maiorzinha, a gente vai passear. Vamos no parque de diversões, no circo, comer algodão-doce e todas as coias que a sua mãe natureba não vai te dar. Te dou até Coca-cola! Mas não agora, quando você for maior.
Agora você deve estar se deliciando com o leite da sua mãe. Ela sempre teve uns peitões, devem estar fartos de tanto mamá.
Quando você for maior ainda eu te falo sobre os meninos, das coisas que só as mulheres sentem, te dou todas as dicas, todos os truques e caminhos pra não sofrer de amor, mesmo sabendo que você vai escolher o que o seu coração mandar, e que vai chorar, sofrer e ter a sensação de que nada é mais importante que aquele menino da oitava série B. Sua mãe sempre foi assim. Eu também. Nós mulheres somos todas assim.

Maria Fernanda, seja bem vinda a esse mundão. É divino receber um presente como você. Esse planeta tá precisando de vida, de ar fresco, de novidade. E você é uma notícia maravilhosa, um motivo de alegria, de renovação.

Se prepara, a brincadeira está só começando! Você ainda tem uma vida inteira pela
frente!

Com muito amor, e cheirinho de mamãe e bebê...
Sua prima segunda, mas pode chamar de tia

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Ballet e Corrida

Quando eu era criança, antes de fazer 8 anos, meu sonho era fazer ballet. A maior parte das minhas amigas eram "bailarinas", e voltavam da aula vestindo collant e sapatilhas rosa. Eu também queria, mas minha mãe nunca deixou.

- Você não vai gostar disso menina! Pensa que vai chegar lá e sair dançando? Tem que ficar horas fazendo exercícios de barra, alongamento e um monte de coisas que você não vai gostar! Eu te conheço Leticia!

E eu, inconsolável, me trancava no quarto em prantos e fazia exercícios de barra apoiada na cabeceira da cama. Eu gostava sim! Ora bolas!
Um dia, minha mãe foi pra Curitiba fazer um curso do banco, e eu fiquei com meu pai. Meu pai sempre foi da opinião de que a gente deve fazer tudo o que quiser sem se importar com a opinião dos outros. Me aproveitei da siuação.
A noite, quando minha mãe ligou em casa pra ver se estava tudo bem, eu tinha uma notícia para dar:

- Mãe, o pai me matriculou no ballet! - era impossível esconder tamanha satisfação.
- É filha... - Minha mãe desapontada fez de conta que gostou.
- É, e eu já tenho collant, meia calça, sapatilha, redinha, faixa e sainha. Tudo rosa!
- Ah! Que lindo querida, muito bonito.

Passei umas 3 semanas correndo pela casa vestida de bailarina. Depois da primeira apresentação, uma dança ridícula com uma música infantil, eu desisti. E pra falar a verdade só resisti até esse dia para não dar o braço a torcer, os exercícios eram muito chatos e eu estava longe de calçar as sapatilhas de ponta e dançar o Lago dos Cisnes. Essa foi a primeira vez que vi minha mãe com aquela cara que eu bem conheço de "não falei?".

Quando eu era pré-adolescente e tinha menos de 15 anos, quis fazer Jazz. Minha mãe não se opôs, era melhor jazz do que minhas tardes desperdiçadas na rua com os meninos que andavam de skate. A aula era tudo de mais legal na vida, na primeira turma que frenquentei eram só eu minha prima Carola. Depois fui para o SESC, e aí sim tinha um grupo de dança. Me apresentei umas 7 vezes com a mesma coreografia, a música era Rio 40 graus, da insuportável Fernanda Abreu. Quando a professora resolveu trocar a coreografia eu resolvi cair fora. Já estava velha demais pra tudo aquilo. Depois disso passei um mês no Karatê. Mas nem vale a pena contar.

Quando eu era adolescente não perguntava mais a opinião da minha mãe e fui fazer capoeira. Aquilo sim era legal! Passava as tardes me quebrando pra tentar fazer saltos e chutes, sem contar no berimbau que eu PRECISAVA aprender a tocar! Parecia que tinha nascido escrava e meus antepassados eram todos mestres de capoeira. Me enfiava nas rodas, chamava todos pra fazer aulas, baixava música de capoeira na internet pra aprender a letra, saía 40 minutos antes do treino só pra dar tempo de passear na cidade vestindo abadá. Mas, quando o mestre avisou que teríamos um "batizado" pra pegar o cordão e que ia ser no sábado de manhã, no calçadão da cidade, eu desisti. Era tímida demais pra exibir minhas piruetas mal executadas em praça pública.

Quando eu já era "adulta" e tinha menos de 21 anos, minha mãe e eu nos matriculamos na Yoga. Foram tempos feliz. Fiquei zen, lia todos os textos sobre o assunto, comprava revistas especializadas em Yoga, meditava quando sobrava um tempinho, comia melhor, respirava melhor e procurava cursos pra me formar instrutora. Sim, eu tinha decidido minha vida, era isso que eu queria, armonizar mente e espírito, entoar mantras, aperfeiçoar meus asanas e passar tudo isso a diante. Fiquei um ano frequentando as aulas, até que um dia meu espírito se enfureceu e eu não consegui me equilibrar, nem respirando profundo, e mandei a dona do espaço pro inferno. Não fui mais, nunca mais. Mas ainda pratico alguns dos exercíos em casa, e isso é o bom da Yoga, não é preciso aula nem professor.

Agora que sou uma mulher casada e minha mãe não apita mais minha vida (quer dizer, mais ou menos né) eu resolvi correr. Ah sim, porque dispensa matrículas, não paga mensalidade e não tem horário. Já faz 2 semanas que comecei meu programa de corrida, estou firme, e mesmo com o frio insuportável não deixei de treinar um dia sequer. Volto pra casa com a cara vermelha, a boca rachada e feliz. Que minha mãe não ouça, mas assim que fizer calor vou comprar um daqueles shorts de corrida e um tênis dos bons!

Dessa vez tem que dar certo, mas se não der eu já vou pensando a próxima alternativa,
luta livre, tênis, surf...

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Fundo de garrafa



- Alô, bom dia, gostaria de marcar uma consulta com o oftalmo.
- Sim, qual deles?
- Ah, tem mais de um é?
- Tem sim, tem o Dr.João, a Dra. Fátima, o Dr. Pedro, o Dr. Vagner...
- Vagner. Pode ser esse Vagner mesmo. Dois horários tá, um pra mim e um para o meu marido.
- Sim, pode ser quinta-feira as 16?
- Pode sim. Obrigada.
- De nada, tchau.
- Ah! Só mais uma coisinha, onde fica o consultório?

(...)

Foram os dois, ela cega e ele não. Mas ele queria confirmar que não era cego e aproveitou a ocasião.
Essa era a segunda visita dela ao oftalmologista. Da última vez, anos atrás, tinha um pouco de miopia. Tão pouco que com ou sem os óculos verdes o mundo era a mesma coisa. Agora esses óculos facilitavam para ela ler as legendas no cinema. Dirigir, mesmo com os óculos, já estava difícil, as placas não faziam sentido, eram borrões em preto e amarelo, vede e branco e branco e vermelho. Só borrões.

Sentou na sala de espera e enquanto via uma revista sem texto o marido fazia a ficha.

- Casada ou solteira?
- Casada! - Ele respondeu por ela com uma cara satisfeita.

Antes que reparasse na roupa das famosas em alguma entrega de algum prêmio em algum lugar, a secretária os convidou pra entrar na sala do Dr. Vagner. Ele usava óculos, de lentes grossas e modelo antigo. Fundo de garrafa. A mesa na qual ele empilhava alguns livros de medicina tinha o desenho de um olho feito com diversos tipos de mármore. A pedra usada na íris tinha riscos parecidos com os de uma íris de verdade. Credo.

- E então, qual o problema de vocês? - Perguntou o médico sem desgrudar os olhos do computador.

E então ela disse seu problema, ele disse o dele. Exames. O doutor ligou um aparelho que projetou uma luz em circulo na parede.

- O que você vê ali?
- Como assim?
- Ali, projetado na parede?
- Ah sim, uma luz, formando um circulo.

(silêncio)

- Sim, e no meio da luz?
- Ué... Nada, no meio nada.

O médico colocou nela um óculos horrível pra fazer o teste de lentes.

- E agora?
- Ah sim! Agora umas bolinhas pretas.

Trocou as lentes.

- E agora?
- Meu Deus, agora as bolinhas viraram letras! Nossa!

(...)

Alguns graus a mais e ela já via denovo os detalhes do mundo.
Foi embora quase feliz.
Queria mesmo os olhos de criança, que achavam com facilidade a tarrachinha do brinco perdida na grama.

Balanço da noite de ontem

- Ela se pintou, usou a jóia que ganhou pela manhã quando ainda estava embaixo do edredom, leu mais uma vez o cartão que ele escreveu. Ele sabia o que ela gostava de ouvir.
- Fez as unhas, de vermelho. Gelou um champagne. E quando ainda estava escolhendo o vestido, ele chegou. Tinham reserva, e não tinham tempo para o brinde. Brinde lá.
- Seus nomes não estavam na lista. Não havia lugar para os que não fizeram reserva. Chamaram o gerente. Ele trouxe um rascunho onde o nome do marido estava mal escrito.
- Seus lugares no mezzanino, pediram vinho tinto, brindaram o amor, em alto e bom som, por que nesse dia se permitiram ser brega.
- Estavam rodeados de mesas grandes, 2, 4 ou 6 casais em cada uma delas. Acharam engraçado, no dia dos namorados, eram os únicos que saíram "de namorados". Tim tim.
- Falaram de tudo, de nada. Comeram a entrada, o principal e a sobremesa. Á luz de velas. Quando pairava o silêncio ele segurava a mão dela.
- Voltaram pra casa, indignados com as filas nos restaurantes e bares da cidade. As pessoas de braços cruzados no frio. Batendo os dentes, se abraçando.
- Não tomaram o champagne. Elvis cantava na sala deles. Amor. Dormiram no sofá, embaixo do cobertor de onça.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

De dia dos namorados.

Dia de brindar a luz do teu olhar.
E entre tantas coisas, esse seu jeito de ver é o melhor presente que já recebi.
Pelos teus olhos o mundo é melhor, há mais verdade, um transparência quase infantil.
Olhos sempre arregalados, esperando a novidade, contemplando belezas, enxergando além, sempre pra frente.
Obrigada por me emprestar esse seu jeito de ver a vida.





Mas o que eu quero mesmo, todos os dias
É aquela parte em que a gente deita na cama
E se contorce inteiro na guerra de cócegas.
E eu sempre ganho.
Porque seu riso desenfreado vale mais que tudo no mundo.
Ah se vale!

Todo meu amor. Todo o bem.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

domingo, 8 de junho de 2008

Só pra dizer que é fim da semana

Foi mais uma.
Semana de aniversário - Um mês comemorável
Trabalho, leitura, testes, e ainda restam caixas
Procuramos um móvel, imóvel, não podíamos pagar
Almoçamos naquele lugar, e só percebi que estava sem ela na porta de casa
Volta e meia pra buscar a bolsa escondida na cadeira.
Três e-mails. Três grandes e-mails.
E à quatro mãos assamos um bolo.

Na hora de deitar no sofá,
Fico eu com os pés nele e ele aos meus pés.
Domingo que vai.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Band-aid

Ela não sabia, mas tinha coração.
Viveu 20 e tantos anos de vida negando amor.
Nem o seu. Nem o deles.
Fazia apenas parecer, fingia amar.
É que ela queria, mas não podia.
Era impossível dar a alguém aquilo que não conhecia,
E assim andava pelas ruas, pelos bares, todos os lugares
Torcendo pra se esbarrarem, cruzando os dedos pra que não doesse.
É, uma vez lhe disseram: dor de amor não tem igual!
E ela já sofria por antecedência,
Tinha tantas dores e mais uma poderia ser fatal.
Parou de desejar encontrá-lo.
Continuou fazendo de conta
E nas suas contas imaginou amar mais de dez.
Interpretava como sabia, imitava as amigas, descrevia seu coração pular.
Mas quando era noite o vazio se instalava,
E ela, com medo de amar, tinha medo de não amar.

Ela não sabia, mas tudo podia mudar.
Naquele dia pedalou do trabalho para casa,
Na rua estreita começou a chorar,
Os olhos embaçaram tanto que esconderam dela o buraco no asfalto.
Foi jogada pro alto e num segundo atirada na rua.
Em cima do braço. Iria precisar de atadura.
Ele estendeu a mão. E um riso de consolação.
Ela sentiu o rosto vermelho, envergonhada por seus desastres.
Quando o olhou nos olhos suas bochehcas queimaram.
Queimou também o braço quebrado. E o tornozelo cortado.
E ela lembrou-se de algo enquanto caminhava apoiada no peito do moço.
"Dor de amor não tem igual"
E ele ria, piscava e abraçava a moça machucada.

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Daquela amiga:

Sua força é tão forte que me faz melhor.
Melhoral.
Feito um remédio pro tédio.
Um assunto calado pela distância.
Assumo!
O seu falar é bem melhor que esse silêncio.

Árvore Genealógica


Primo do Rei

Filho do Primo

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"Eu posso chegar tão de repente
E assustar você trazendo uma estrela em minhas mãos
Ou quem sabe até chegar voando,
Em uma nuvem colorida e roubar seu coração
Você não sabe mas eu sou ladrão
Roubei o amor todo do mundo
E pus no fundo do meu peito pra lhe dar
La ra, la rara lala la rara, la ra ra la la ra ra..."

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"Eu vi no discovery menino. Presta atenção. É besouro de chifre, africano. Ele atinge 320km por hora. Oxe, num sei porque você tá duvidando, eu vi na TV. Aconteceu um caso, mostrou lá no discovery, o besouro vinha a uns 300 por hora, deu de encontro com o motoqueiro, a moto tava a 80km por hora. O cara tava de capacete e mesmo assim o besouro varou o capacete do rapaz. Pior num é isso. Você tá rindo de que muleque, to falando que é verdade, presta atenção que eu num terminei. O bicho atravessou o capacete, atravessou o crânio do infeliz e varou o capacete de novo. Quer ficar quieto Quinho! To falando sério, vê lá no discovery. O bicho ainda saiu com vida, foi voando pra longe, perdeu um pouco de velocidade, devia tá nuns 80 por hora quando saiu por trás do capacete. Procura lá no discovery pra você ver."

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Besouro de Chifre
Nome científico: Lucanus cervus

Estes animais vivem debaixo de troncos velhos ou sob cascas de árvores. Medem de 5 a 10 cm, vivem nas florestas de carvalho da Europa. Alimentam-se na fase de larvas de madeira podre e na fase adulta de brotos, flores e seiva. Nascem de ovos podendo escavar um buraco de até 75 cm para dentro da terra para colocar os ovos nas raízes do carvalho. Chegando a ter até 10 cm suas larvas tem a aparência de vermes gordinhos. Suas mandíbulas são extremamente fortes que mastigam a madeira facilmente. Com o tempo as larvas criam uma casca dura e dentro dela se transformam lentamente em besouro, este processo pode levar de 3 a 5 anos. Os machos são maiores de que as fêmeas, sua coloração é de um marrom quase preta, dificultando enxergá-lo durante a noite.

http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/infantil/besouros.htm

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Abre a caixa

Na sala cheia de caixas ela se encaixa pra ver a TV
Te vê por inteiro, feito o homem que ela sempre quis ter
Rasga um riso, meio sorriso pra tentar se esconder de você
Não mudou muito desde aquele dia
Já era mulher, mas passou da direita pra esquerda
Lotou a cabeça de certezas
Ela está mais quieta,
e como se fosse possível voltou a parecer com si mesma
Aquela de seis anos atrás agora a cumprimenta do lado de lá do espelho
Reencontro, reflexo de tantas reflexões.

Na sala cheia de caixas ela dança mais uma vez
Que é pra você ver o que ela sabe fazer
E querer sempre e denovo que ela deite o corpo em cima do seu
Ela desamarra teu cadarço pra te deixar solto
Livre como sempre foi, como sempre precisaram ser
É a hora de viver o seu "felizes para sempre"

Era uma vez esses dois.

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Leticia é uma menina louca
Com uma cabeça em festa
E um cabeça em casa
Passa os dias planejando um jeito de catar a felicidade
É disso que ela gosta, de sentir o amor escorrendo entre os dedos.
Leticia fantasia que é fácil
E assim tenta ser leve
Leva a vida por dias
Esqueceu de planejar o futuro
Sua história é agora
Até a hora de deitar.
Leticia adora se levantar
Não faz birra nem manha pra encarar a manhã
Abre a janela assim que beija de bom-dia
E esquece aberta quando cai a chuva fina
Quando é trovão tranca as portas e entrelaça os dedos
Leticia é mesmo estranha
Tem a cabeça na terra, tal qual bixo esquisito
É a vergonha de ser descoerta
E por isso dorme coberta mesmo no verão
Tem a cabeça nas nuvens
E talvez não preste atenção
Leticia disse sim dia desses
Entregou com as próprias mãos
Os pedaços do seu coração.

É Feliz para sempre.

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Eu descansei.
Cansei de descansar.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Casei



Há muito que dizer
Mas não tenho tempo.
Meu relógio apressado me roubou a hora de ficar parada.
Tô na estrada. Mais uma vez.

Meu peito largo sente sufoco e espreme, comprime, guarda o amor daquele dia.
Que dia.
O dia mais feliz de nossas vidas.
Tantas vidas girando, bebendo, compartilhando.

Fui feliz.
Sou a mais feliz do mundo.
No meu mundo.

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É só mais um sumiço. Relâmpago.

E logo tiro de mim essa vontade doida de escrever.

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quinta-feira, 17 de abril de 2008

Despedida de solteira.



Eu vou viajar.
Levo 3 malas, porque dessa vez demoro muito pra voltar.
Passo em Curitiba, pra abraçar uma amiga, antes de me casar.
Vou pra Maringa, encontrar minhas meninas, minha familia, conforto pra tranquilizar.
Vou subir no altar. Confirmar o sim que disse 6 anos atras.
Depois quero viajar mais longe, descansar a canseira de ser feliz.
Na praia. Onde faz calor o ano inteiro.

Depois eu volto. Com um sobrenome diferente. E um monte de coisas pra contar.

- meu ultimo post de solteira -

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Madrinhas

Ah sim, as madrinhas.
Na verdade, uma madrinha já é madrinha antes mesmo de ser convidada.
Um dia, lá atrás, ela ajudou a sarar teu coração.
Se dedicou a escutar aquela conversa enjoada, sobre a dor que ele causou, sequer fez cara feia. Tão pouco interrompeu.
Uma outra vez era sobre a felicidade. E ela, infeliz, deixou que você falasse denovo, por horas seguidas, do seu caso novo. Por acaso ela sofria de amor, mas de jeito nenhum estragou sua alegria.
E é pra isso que servem as madrinhas, pra curar dor de amor. Pra compartilhar a alegria de amar.
As madrinhas, antes de serem escolhidas, fizeram sua vida colorida.
Cada uma um lápis diferente, compondo a caixa apertada, dividindo o espaço, se revesando na folha em branco que você pintava.
E de fato, antes de terminar a arte, você sempre deixa escapar alguma cor. E ela se perde num espaço de tempo menor que o amor.
Talvez você encontre o lápis despontado, no fundo de uma gaveta cheia de sulfite amassado.
Mas pode ser que não a veja mais. Nunca mais. E fica sentindo falta daquela cor. Uma cor roxa.
Existe um número limite para madrinhas. Dizem isso quando você vai se casar.
Mas na vida é diferente. Você se rodeia de tantas delas... Cada uma com um jeito diferente, palavras de páginas distantes no pequeno dicionário.
Fica impossível contá-las, separá-las, defini-las. São amigas, queridas e nem sempre presentes, quando ausentes deixam buracos irreparáveis. Saudade.

Carola, Carol, Janaína, Fernanda, Renata e Regina.

Sei que no grande dia, pra onde quer que eu olhe, estarei rodeada de madrinhas. E dali pra fora levarei todas comigo, para a minha vida, para o meu pra sempre.
Minhas grandes amigas.

My, Beta, Ghe, Bia. Extra-oficiais, sem lugar na igreja, mas com muito espaço na minha vida. Sempre.

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Tem um lugar diferente

Aotearoa.
É esse o nome do bar que me faz feliz em Criciúma.
Logo que cheguei aqui fiquei decepcionada com os barzinhos da cidade.
Ou muito boteco (mesmo) ou muito fino.
Nenhum meio termo onde a gente pode ir de chinelo havaianas, shorts e camisetinha. Ou moleton, jeans e tênis porque aqui o frio já está batendo.
Até que num dia BEM legal eu descubro isso aqui:






Ah! E para completar minha alegria, agora nós temos Cachaçaria!
Eba!
Drinks, por favor!