quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Chuva

E de repente, com força e rancor, chuva e eu alagamos o espaço
Com água salgada
Em poças pequenas
Mornas
Medidas
Gota a gota
Sem pensar nos vizinhos
Colocamos pra fora toda nossa raiva
Ensopando a grama
Colando no corpo a roupa rasgada
Irritando quem usava sandálias
Chateando as meninas de escova
Causando imenso desconforto ao rapaz que ouvia
O barulho dos pingos no toldo
E toda aquela gritaria.

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