quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Quando me deixa vermelha.

Se você quer um pedaço te dou
Inteira
E com seus dedos leves vai me desmanchando
Abrindo os botões
Me descobrindo
Enquanto cubro os olhos
Pra não me ver aos montes
Sem jeito
Com todos os defeitos
Embaixo de você.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Doce Segunda

Sei de uma receita delícia pra comer doce na Segunda sem ficar com peso na consciência.
Lá no meu outro blog.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

O lugar das coisas

Fica esperando o dia certo de arrumar a casa, é que tem dias pra essas coisas, sabe? Aquele dia que acorda e pode perder ganhar tempo com as panquecas, esfregando no céu da boa a geléia vermelha, empurrando o doce com café expresso, vendo pela porta gigante o dia enorme lá fora. Só um dia assim, de leve calor e vento frio, pode servir como tempo pra colocar em ordem as coisas. Aí é preciso uma caixa de guardar segredos, um pedaço de fita pra amarrar os lápis coloridos, um prego pra colocar nas paredes aquele jeito antigo de ser. Depois passa uma flanela pra tirar a poeira, sem pressa, observando os nós da madeira, dedilhando a textura dos azulejos quebradinhos. E assim é o dia, junta duas fatias de pão italiano, coloca azeite, cream cheese, rúcula, mostrada, mel e tomate, faz de conta que é almoço. Deita no chão gelado, esfrega as mãos na barriga, o sol faz um desenho torto perto dos olhos e vai esquentando os cílios até eles derreterem, e se juntarem num soninho leve. Começa outra vez, pega as maquiagens quebradas e vai ajeitando numa caixa colorida, passa um pouco nas costas da mão pra lembrar do brilho, coloca a espuma velha na capa nova, deixa flores no centro da mesa, dança uma música. Quando vê já foi, agora pode morar, e vai testando os espaços, olhando lá fora o dia indo embora, o céu pipocando de estrelas e o mundo no mesmo lugar. Fica esperando o dia certo de arrumar a casa, dia de fazer a coisa certa.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Trata dedinho

Pode acreditar, eu amo meus amigos com todas as forças
Torço por cada um deles, mentalizo coisas positivas, gosto das reuniões, dos abraços e perco o fôlego só de pensar em uma vida sem eles.

Mas eu preciso estar sozinha.
E não é de vez em quando, é quase sempre.

Meu sozinha não quer dizer sem pessoas, por mais estranho que pareça
É só uma vontade que tenho de decidir as coisas por mim
De não precisar pensar em grupo
Um egoísmo do mundo que me faz querer fazer o que eu estiver afim.

E aí eu me isolo.

Porque não consigo dizer que não por medo de chatear
E também não quero dizer sim se não.

E o não nada tem a ver com gostar menos dos amigos.
Mas nem sempre eles entendem.

Assim fui conquistando ao longo da vida uns amigos como eu.
Daqueles que não se preocupam com quantos dias fazem que a gente não se vê,
Porque importante mesmo é aproveitar aquela hora
E não bater ponto pra medir amizade.

E também fui perdendo pelo caminho uns amigos que chateei,
Porque não liguei de volta, não fui à festa, e esqueci do aniversário.

Eu admiro os amigos que se comprometem a dar satisfação todos os dias,
Falam pelo telefone,
Se encontram dia sim dia não,
Reclamam que o outro foi à padaria sem avisar.
Mas eu estou longe de ser uma amiga responsável.

Sou só amiga.
Uma amiga só.