De vento é feita cabeça dele, aqueles ventos geladinhos, não dos que racham os lábios, mas daqueles que agarram a penugem do rosto, bem na pontinha, levantando fio a fio até que juntos, com muita rapidez, eles se tornam um único arrepio.
Desse ventinho tranquilo, que sopra quando cai a tarde de verão, fazendo os ombros implorarem, contraídos, por um casaquinho de tricô. Dessa coisa sem cheiro, desse carinho, de um sussurro, assim é cabeça dele.
Uma cuca tranquila, fresca, recheada de leveza.
Assim é a cabeça.
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