quarta-feira, 13 de maio de 2009

R$16000,00



E então, quanto vale um coração?
Um desses qualquer como o meu e o seu,
fatigado, remendado, cansado, esperançoso
Um coração cheio de boa vida,
De colesterol controlado por vinho tinto e chocolate amargo
E ainda assim um doce, em partes, partido.
Coração que reparte, que guarda rancor, que esfrega na cara, que bate.
Bate a porta da sala, bate no carro da frente, rápido e forte.
Desacelera e respira profundo, bate no ritmo da música.
Dança.

Quanto vale um coração vazio, esquecido, parado?
Um daqueles desprezados, desesperados, amargurados.
Um como o nosso, o meu e o seu.
Que não descansa em dia de chuva, que pula na hora do trovão.
Um daqueles que não dormem.
Coração que apesar de cheio sempre espera mais. E mais.
E de tão mais aperta, e sopra, e esvazia e abraça e enche.
Um coração valente, forte, que desce montanha-russa, salta de bung jump, vê Chico de frente e ainda assim, bate.

Quanto vale tê-lo por perto, ativo, esperto?
Quando é que ele cansa da dança de um passo só?
Marca passo.
Bate no meu ritmo, no seu.
No nosso peito que encara tudo de frente, que não espera nada além do encontro.
Um coração que bate vale mais que ouro.
Um coração preguiçoso vale quase nada.

Vale tudo, de coração.