sexta-feira, 5 de junho de 2009

Noite e dia

A gente se vê à noite
Naquela hora em que é mais difícil aceitar, bem quando os nervos saltam fora
Depois das horas mais pesadas do dia
Pra lá dos protocolos, dos padrões de atendimento, além das pessoas más e mal-humoradas, do gerente, do supervisor.
A gente se encontra depois das contas, das dicussões, do mal resolvido.
Longe das câmeras de segurança, das ordens, do horário que é sempre o memso.

Depois de tudo que consome o espontâneo, das atitudes mecânicas, das frases feitas.
Quando já se deixou pra trás o uniforme e a maquiagem,
Do lado de fora.
Nosso dentro.

A gente se vê à noite
E cheio de ser dos outros voltamos a ser da gente.
Nós de nós dois, bem atados e estranhamente soltos,
Estamos livres e decidimos ficar acordados
Fazendo nossas caras e encostando nossas bocas
Falando sem pausas, sobre qualquer coisa
Bebendo vinho, assistindo documentários, comentando os fatos e comendo a ceia.

Até quando não dá mais e eu começo a fechar de leve meus olhos pesados
Aí você enrosca sua perna na minha e me chama pra perto de tudo onde eu gosto de estar.
E é ali que ficamos.
Presos um ao outro, distante das armadilhas lá fora
Até a hora de acordar.

3 comentários:

.Ná. disse...

E que continuem assim todas as noites...
Beijos

Felipe Braga disse...

Belo texto.
Adorei teu blog.
Estou te seguindo, voltarei mais vezes.

Aline Romero disse...

Noites assim merecem ser eternas...
Belo blog!