A gente se vê à noite
Naquela hora em que é mais difícil aceitar, bem quando os nervos saltam fora
Depois das horas mais pesadas do dia
Pra lá dos protocolos, dos padrões de atendimento, além das pessoas más e mal-humoradas, do gerente, do supervisor.
A gente se encontra depois das contas, das dicussões, do mal resolvido.
Longe das câmeras de segurança, das ordens, do horário que é sempre o memso.
Depois de tudo que consome o espontâneo, das atitudes mecânicas, das frases feitas.
Quando já se deixou pra trás o uniforme e a maquiagem,
Do lado de fora.
Nosso dentro.
A gente se vê à noite
E cheio de ser dos outros voltamos a ser da gente.
Nós de nós dois, bem atados e estranhamente soltos,
Estamos livres e decidimos ficar acordados
Fazendo nossas caras e encostando nossas bocas
Falando sem pausas, sobre qualquer coisa
Bebendo vinho, assistindo documentários, comentando os fatos e comendo a ceia.
Até quando não dá mais e eu começo a fechar de leve meus olhos pesados
Aí você enrosca sua perna na minha e me chama pra perto de tudo onde eu gosto de estar.
E é ali que ficamos.
Presos um ao outro, distante das armadilhas lá fora
Até a hora de acordar.
3 comentários:
E que continuem assim todas as noites...
Beijos
Belo texto.
Adorei teu blog.
Estou te seguindo, voltarei mais vezes.
Noites assim merecem ser eternas...
Belo blog!
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