quarta-feira, 12 de maio de 2010

Elo

O que é que foi da gente?
Eu me vi procurando ontem por coisas nossas que não sei mais onde estão.
Tão longe, transformaram-se em impossíveis nuvens palpáveis
Dissolveram-se
De forma tão natural que só me fizeram sentir dor agora
Quando restou o vazio
Quando pensei em você.

Não daquele jeito de ontem.
A gente ainda se reconhece, eu sei
Mas você também não me acha mais
Não me vê no meu novo modo de andar
Nem nas gírias que uso quando tentamos conversar.

E apesar da falta de tato sobra calor
Uma sensação estranha de bem querer
E uma vontade enorme de prosseguir
Nos dias em que consigo agir
Quando ouso te telefonar.

E jamais falamos nisso, nem eu nem você
Porque uma conversa franca pode detonar o pouco de nós que ainda resta
Então ficamos assim, uma segurando o dedinho da outra
Torcendo pra não errar o dia
Pra encontramos um jeito
E acertar a hora de recomeçar.

E eu lembro de tudo que fizemos de bom
E sinto o mal que conseguimos causar
Eu em você
E você em mim
Sem desesperar
Sem esperar por perdão
Sem querer perdoar.

Seguimos assim
Eu me encontrando em você
E você se procurando em mim.

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