sábado, 22 de maio de 2010

Minha querida TPM

No próximo mês, quando você estiver a caminho me avise.
Mas avise de forma convencional, e não com aquela enxaqueca horrorosa que você costuma mandar, assim posso preparar o terreno pra que sua estada seja confortável (se é que isso existe).
Se você me der um tempo, posso intensificar os treinos e correr para amenizá-la, li isso em uma revista, lá diz que assim nossa convivência forçada pode ser menos desagradável.
Quem sabe.
Você podia também me alertar da avalanche de emoções que trás na mala, porque francamente, eu já não sei mais como justificar meu choro incontrolável na abertura do caldeirão do Huck.
E dê um tempo nas cólicas, contente-se em me deixar sensível até as pontas dos dedos.
Se puder me indique um creme que ajude na hora de desembaraçar os cabelos, porque eu sei que você nem percebe, mas sua presença desperta no meu couro cabeludo as mais estranhas sensações.
Vá com calma.
Querida, atente para o tempo que me toma.
Não fique mais que o necessário - isso é mesmo necessário? - eu não quero parecer frágil, neurótica, nervosa e ansiosa 10 longos dias.
Eu não aguento.
Mas veja bem, TPM dos infernos, eu estou tentando estabelecer entre a gente um diálogo honesto, porque sei do que você é capaz e não ouso expulsá-la da minha vida, mas sejamos discretas.
Me incomode de um jeito que eu possa disfarçar, me permita conversar com as pessoas sem ranger os dentes e eu não volto a reclamar.
Procure outras pessoas para chatear, mostre àquelas meninas estranhas que dizem não sentir nada, nem vontade de chocolate, o mal que você me faz.
Não deixe que elas debochem do meu mal estar.
Me deixe estar mal.

Te vejo no mês que vem, por favor, mais comportada.

1 comentário:

Bill Falcão disse...

Lendo este post aqui, Lê, não posso deixar de dizer pra você procurar conhecer as ideias do médico brasileiro Elsimar Coutinho. Faça uma pesquisa sobre ele no Google e depois me diga. Você pode ficar livre dessa terrível TPM!
Bjoo!!