segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Oi, tchau

A verdade é uma só:
Eu não gosto de me apresentar.
Acredito que as pessoas devem se conhecer pelo piscar
pelo estralar de dedos
pelo som da voz
como usam o cabelo
sapatos
esmalte
calça
pela música que ouvem
pelos minutos que calam
pelo que comem
gestos
como sentam
cruzam as pernas
O que fazem no Sábado
na Quarta
como dançam
com quem andam
o que assistem
se assistem
Estuda?
Cozinha?
Dirige?
Nada?
pelo jeito de andar
de cumprimentar
de abraçar
de beijar
bochecha ou boca?
Que lugares visitou?
Onde quer ir?
Pelo cheiro.

E aí, depois de registradas as informações, não importa mais o nome.

É assim que me apresento.
É assim que conheço alguém.

2 comentários:

amanda. disse...

eu tambem sou assim, lê!

sempre digo que adoro conversar, mas na verdade eu gosto de historias. de ouvir historias.
acho que todo mundo tem historias pra contar da propria vida, o problema é que tem gente que sabe contar, e gente que nao sabe.
nao sei manter assunto quando ele é sobre algo que não me aquece.

Gabriela Guimarães Cavalcanti disse...

Nada pior que uma dose intensa de regra de etiqueta. Etiquetas só servem para coçar o pescoço. As cordialidades primeiras no encontro de duas pessoas, o esforço para exibir aquilo que lhe é mais superficial -o nome, nu e cru -, no sorriso amarelo para quem ainda dirá que por aquela mera apresentação te conhece.
Oh! Nada, nada pior que a metaliguística estéril.