quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Mato

Eu queria morar no mato
E andar pelada
E fazer um café do qual eu sentisse o cheiro
Deitar na grama, sujar os pés de terra
Queria assar biscoitos e ter tempo de confeitá-los
Enquanto lá fora, emoldurado pela janela, todo o mundo verde dança com o vento
Vento leve,
Lá no mato não faz frio
Nem calor de derreter.
É sempre bom,
E quando o sol vai embora preciso de um casaquinho de tricô feito por minha mãe,
Do abraço quente do meu marido
E de uma torta de frango que coloquei no forno antes de tirar um cochilo.
Quero ler tantos livros
Um atrás do outro
E aprender a desenhar
E passar a manhã ouvindo música
Depois dançar sozinha
E ser surpreendida pelo barulho da chave dele na fechadura da porta de madeira.
Um porta bem forte e rústica
Que guarda todos os nossos segredos
E isola qualquer dor
Porque no mato só sobra cócegas
Que eu faço em você antes de dormir
E logo depois de acordar.

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