segunda-feira, 2 de junho de 2008

Band-aid

Ela não sabia, mas tinha coração.
Viveu 20 e tantos anos de vida negando amor.
Nem o seu. Nem o deles.
Fazia apenas parecer, fingia amar.
É que ela queria, mas não podia.
Era impossível dar a alguém aquilo que não conhecia,
E assim andava pelas ruas, pelos bares, todos os lugares
Torcendo pra se esbarrarem, cruzando os dedos pra que não doesse.
É, uma vez lhe disseram: dor de amor não tem igual!
E ela já sofria por antecedência,
Tinha tantas dores e mais uma poderia ser fatal.
Parou de desejar encontrá-lo.
Continuou fazendo de conta
E nas suas contas imaginou amar mais de dez.
Interpretava como sabia, imitava as amigas, descrevia seu coração pular.
Mas quando era noite o vazio se instalava,
E ela, com medo de amar, tinha medo de não amar.

Ela não sabia, mas tudo podia mudar.
Naquele dia pedalou do trabalho para casa,
Na rua estreita começou a chorar,
Os olhos embaçaram tanto que esconderam dela o buraco no asfalto.
Foi jogada pro alto e num segundo atirada na rua.
Em cima do braço. Iria precisar de atadura.
Ele estendeu a mão. E um riso de consolação.
Ela sentiu o rosto vermelho, envergonhada por seus desastres.
Quando o olhou nos olhos suas bochehcas queimaram.
Queimou também o braço quebrado. E o tornozelo cortado.
E ela lembrou-se de algo enquanto caminhava apoiada no peito do moço.
"Dor de amor não tem igual"
E ele ria, piscava e abraçava a moça machucada.

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Daquela amiga:

Sua força é tão forte que me faz melhor.
Melhoral.
Feito um remédio pro tédio.
Um assunto calado pela distância.
Assumo!
O seu falar é bem melhor que esse silêncio.

3 comentários:

amanda. disse...

belissimo o band aid.

belissimo mesmo.
e verdadeiro.

:)

disse...

:)
linda!
vc e o band aid
.
.
.
to mandando o endereço agorinha
vou ficar esperando heim?!
tb te amo muito

Anónimo disse...

Que lindoooO!

Te amoooO Lê!

Beijosssssssss