segunda-feira, 19 de julho de 2010

A fila de formigas

Elas entraram todas, tenho certeza
Aquelas pequenas formigas que seguiam lentamente, uma atrás da outra
Rumo a parte superior do armário de cozinha vermelho
Onde não se guarda comida e, portanto, não me pergunte
Eu não sei o motivo da procissão,
Então, como eu dizia
Aquelas formigas transparentes
Cor de caramelo transparente
Fizeram a volta
E decidiram morar na minha barriga
E dividem o lanche ruim que comi no almoço
Me perturbam
Me coçam
Andam de um lado pro outro
Chegam a escalar minha garganta
E voltam atrás, fazendo cócegas insuportáveis
Que me fazem lembrar
Como dói a saudade de você.

É uma picada,
Que fica coçando
Até que de repente
Você rompe a porta
E eu devolvo as formigas
Uma a uma
Pra parede da cozinha
Rumo ao armário vermelho
De guardar pratos vazios.

Sem comentários: